“Liberação do medo e da má vontade em relação às TIC – tecnologias da informação e comunicação”, “uma oportunidade ímpar de se empoderar buscando superar as limitações tecnológicas”, “convicção de que a ampliação dos horizontes com relação ao uso da internet não é um bicho de sete cabeças”, “a certeza de que a internet vai possibilitar um melhor atendimento às redes de proteção à mulher em situação de violência”, “a constatação de que as novas tecnologias são fundamentais para trabalhar a questão da violência doméstica”, “a ansiedade de multiplicar o conteúdo da oficina para muitas mulheres e adolescentes em nossas regiões”. Estes foram alguns dos impactos descritos pelas participantes ao final da oficina de capacitação Intercâmbio Tecnológico Feminista, com foco intitulado Internet e violência doméstica: fazendo e intervindo, que aconteceu nos dias 19 e 20/5/2010, na cidade de São Paulo, com a participação de 29 mulheres, quando foi possível o aprofundamento teórico e prático do tema.
As participantes representam diversas organizações do nordeste, centro-oeste e sudeste do país, abarcando uma diversidade de raça, orientação sexual, localização geográfica – incluindo área urbana e rural – e geracional. O trabalho dessas organizações de diversas regiões brasileiras inclui atividades voltadas para TIC e violência contra mulheres e adolescentes, tendo sido escolhidas, também, para o desenvolvimento, durante o segundo semestre de 2010, de uma pequena iniciativa interconectando ambas as temáticas. Os oito projetos aprovados serão apoiados com um total de USD 2.500,00, além do suporte didático e prático oferecido nesta oficina e em uma próxima que ocorrerá em setembro. O objetivo é promover a capacitação e a articulação no apoio à construção de uma rede local, nacional e internacional, para o enfrentamento da violência contra a mulher, no marco do projeto ODM3 (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), desenvolvido, concomitantemente, em doze países de diversos continentes.
Esta primeira oficina se ateve à criação de produtos através da utilização das TIC elementares, isto é, aquelas acessíveis à maioria da população, como o telefone celular e a câmera fotográfica, junto com a internet, para o enfrentamento da violência doméstica. Foi emocionante acompanhar o entusiasmo e alto nível de envolvimento de todas as participantes, tanto durante o aprofundamento teórico, quanto durante a criação dos produtos – que, por sinal, apresentaram um excelente nível de qualidade, superando todas as expectativas. É só conferir a produção dos grupos, os quais foram divididos mesclando-se participantes dos diferentes projetos para que, pelo menos uma integrante de cada um deles, estivesse em cada uma das diferentes produções e pudesse multiplicar o conhecimento adquirido em suas regiões:
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O sucesso da oficina também deve ser dividido com as organizadoras, palestrantes e monitoras: Ana Rosa Carrara, Cacau Freire, Nilza Iraci, Jacira Melo, Vera Vieira e Walkíria Ferraz. Na oficina a ser realizada em setembro, será priorizado o enfoque da produção de depoimentos – tanto prático, como teórico, com base na metodologia de Paulo Freire. Estarão presentes as mesmas participantes, além de Dafne Plou, coordenadora latinoamericana do Projeto OGM3, que trará grande contribuição à produção brasileira.
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